(EUA, 2007)
O kid-friendly movie, versão Spielberg anos 80, encontra o macho movie adrenalínico-militarista movido a testosterona e com tesão por explosões em rodovias de Michael Bay (Armageddon, Pearl Harbor, Bad Boys), numa perfeita simbiose de estilos, ao ressuscitar para a tela grande em live-action a série de TV animada. Melhor que Armageddon, conforme atesta um gordinho ao presenciar a chegada dos Autobots do espaço, em certo momento deste Transformers. Melhor mesmo, pois não tem Aerosmith, nem Ben Affleck, e é tão barulhento quanto. Tem como eixo narrativo a típica história do nerd que compra um carro usado e por acaso acaba ajudando a combater forças metálicas que querem destruir o planeta. E de quebra, conquista a gata mais gostosa do colégio (Megan Fox), ainda que, para isso, metade de Los Angeles tenha que desmoronar diante deles, e ele tenha que ficar pendurado no alto de um prédio. Se não fosse assim, na vida real, no final das contas, talvez ela dissesse que gosta dele, mas como amiga e tal, e voltaria para os braços do capitão do time de futebol que dirige um SUV. Emasculador! Mas isto é Hollywood, e o que importa aqui são as batalhas épicas e pantagruélicas, com um grau inacreditável de destruição e realismo no embate puramente físico entre as máquinas gigantes. Além do humor ingênuo, bem anos 80, mas que funciona muito bem e de maneira até nostálgica, num filme que, em sua leve veia critica, elege o celular como inimigo moderno (e monstruoso), incapaz de conectar as pessoas.
Como já dito, com o intuito de conquistar mulheres, o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf), ao comprar um Chevrolet usado, descobre que ele é na verdade um robô, ou melhor, um Autobot, o simpático Bumblebee, que no desenho antigo era um Fusquinha amarelo e que aqui vira um Camaro V-8 potente, charmoso e vintage. E também amarelo. E que se comunica através de canções do passado tocadas em seu rádio, em momento Christine. Assim, o nerd solitário arruma como amigos outros robôs gigantes alienígenas, um tanto desajeitados, mas muito carismáticos. Além disso, por estar de posse de importantes informações escondidas na tralha de seu tataravô, explorador do Ártico, é jogado no meio de uma batalha intergaláctica entre os Autobots, liderados pelo célebre caminhão Optimus Prime, e os maldosos Decepticons, que, à procura do Allspark, o cubo de 2001 que gera vida em planetas mortos, ressuscitam seu líder, o destruidor Megatron, para tomar conta da Terra. Simples, assim. No meio deles, claro, o governo dos EUA, uma agência secreta que sabe demais, uma analista de sistemas britânica, loira, gostosa e inteligente, além de um pelotão de elite do Exército sobrevivente do primeiro ataque dos Decepticons no Qatar. É claro que é um blockbuster, e é claro que muita gente highbrow vai torcer a napa cult, preferindo ignorá-lo ou optando por (re)ver Paris, Te Amo. Ainda assim, é o melhor filme de Michael Bay, que corre num ritmo quase perfeito, sabe dosar o humor e tem maravilhosos efeitos especiais, na mais convincente combinação entre cenários reais, maquetes e modelagem 3D. E pancadaria das boas. Muito massa!
6 comentários:
Realmente! Curti muito ver Transformers! Pearl Harbor eu não curti de jeito nenhum, Armageddom eu curti mais ou menos, A Ilha eu ainda não vi. Abraços!
Me senti uma criança, Andros, como há muito tempo não sentia. E eu até que gostei de Pearl Harbor, mas não conta para ninguém, hahaha. Um abraço.
Esse é o esnobe mais gente fina que existe !
Eu não fui tão gente fina assim..heheh. Só agora li o teu texto, excelente, mas infelizmente não me animei muito com o filme, ainda que reconheça algumas de suas qualidades.
Eu fui gente fina, afinal eu sou Lorde.:)
Eu me animei muito com o filme, com Fox, com os carrinhos, acho que depende do espírito com que se encara a aventura. Sem compromisso. Já vou até pedir minha coleção de Transformers de volta, hehehe.
O melhor filme da história, de todas as galaxias....hehe
Muito bom seu comentário.
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