O maior caso de vazamento de informações ultra-secretas da história da espionagem americana, num filme conduzido com discreta elegância por Billy Ray (O Preço de uma Verdade, 2003, que também era um filme sobre o maior caso de falsificação de reportagens do jornalismo americano), também co-roteirista. Sem grandes arroubos, comedido, quase “sussurrado”, concentra-se, sobretudo, nos últimos dias que antecederam a captura em 2002 de Robert Hanssen (Chris Cooper, excelente), um especialista em informática do FBI, agente veterano altamente gabaritado e que durante anos e anos vendeu sem ninguém desconfiar informações sigilosas para os russos, que causaram a morte de vários agentes americanos (e também de soviëticos infiltrados) e custaram ao governo federal bilhões de dólares em prejuízos. Também é um pornógrafo que vende, às escondidas, material obsceno pelo correio. pretexto inicial para sua captura. Mas esse traidor e pervertido tem uma aparência tranqüila, um jeitão obsoleto para os novos protocolos do Bureau, é dedicado à família, ao trabalho e vai à igreja todo dia, como temente a Deus. Apesar de rígido, ganha rapidamente a confiança e a admiração de Eric O'Neill (Ryan Philippe), novato, CDF e ambicioso agente designado para espioná-lo por sua superiora durona (Laura Linney) até o momento do flagrante. Como um trabalho desses exige dedicação integral, isso obviamente abalará o casamento de Eric e vai impondo pouco a pouco uma questão ética a ele, pois à medida que se aproxima de Robert, inevitavelmente forma-se um laço de lealdade entre eles. Até na hora da inevitável traição. E rompê-lo termina por desafiar as convicções morais de O’Neill, que vão além da carreira, da justiça e de outras instituições americanas. Um duelo de atores, concentrado, diálogos afiados, momentos de tensão eficazes e feitos com tão poucos recursos em uma fotografia neutra, para revelar que, na tão (mal)falada Era Bush, de vigilância onipresente, o inimigo se oculta entre nossos próximos. Seu amigo de um dia é o inimigo no dia seguinte, bem distante dos inimigos externos de ontem, como os comunistas soviéticos, e de hoje, como os talibãs. Parece óbvio, mas, sob as falsas (e dissimuladas) aparências dos dias atuais, só parece.
Wer sich der Einsamkeit ergibt ("Aquele que se entregou à solidão") - Goethe
terça-feira, julho 31, 2007
Quebra de Confiança
(Breach, EUA, 2007)
O maior caso de vazamento de informações ultra-secretas da história da espionagem americana, num filme conduzido com discreta elegância por Billy Ray (O Preço de uma Verdade, 2003, que também era um filme sobre o maior caso de falsificação de reportagens do jornalismo americano), também co-roteirista. Sem grandes arroubos, comedido, quase “sussurrado”, concentra-se, sobretudo, nos últimos dias que antecederam a captura em 2002 de Robert Hanssen (Chris Cooper, excelente), um especialista em informática do FBI, agente veterano altamente gabaritado e que durante anos e anos vendeu sem ninguém desconfiar informações sigilosas para os russos, que causaram a morte de vários agentes americanos (e também de soviëticos infiltrados) e custaram ao governo federal bilhões de dólares em prejuízos. Também é um pornógrafo que vende, às escondidas, material obsceno pelo correio. pretexto inicial para sua captura. Mas esse traidor e pervertido tem uma aparência tranqüila, um jeitão obsoleto para os novos protocolos do Bureau, é dedicado à família, ao trabalho e vai à igreja todo dia, como temente a Deus. Apesar de rígido, ganha rapidamente a confiança e a admiração de Eric O'Neill (Ryan Philippe), novato, CDF e ambicioso agente designado para espioná-lo por sua superiora durona (Laura Linney) até o momento do flagrante. Como um trabalho desses exige dedicação integral, isso obviamente abalará o casamento de Eric e vai impondo pouco a pouco uma questão ética a ele, pois à medida que se aproxima de Robert, inevitavelmente forma-se um laço de lealdade entre eles. Até na hora da inevitável traição. E rompê-lo termina por desafiar as convicções morais de O’Neill, que vão além da carreira, da justiça e de outras instituições americanas. Um duelo de atores, concentrado, diálogos afiados, momentos de tensão eficazes e feitos com tão poucos recursos em uma fotografia neutra, para revelar que, na tão (mal)falada Era Bush, de vigilância onipresente, o inimigo se oculta entre nossos próximos. Seu amigo de um dia é o inimigo no dia seguinte, bem distante dos inimigos externos de ontem, como os comunistas soviéticos, e de hoje, como os talibãs. Parece óbvio, mas, sob as falsas (e dissimuladas) aparências dos dias atuais, só parece.
O maior caso de vazamento de informações ultra-secretas da história da espionagem americana, num filme conduzido com discreta elegância por Billy Ray (O Preço de uma Verdade, 2003, que também era um filme sobre o maior caso de falsificação de reportagens do jornalismo americano), também co-roteirista. Sem grandes arroubos, comedido, quase “sussurrado”, concentra-se, sobretudo, nos últimos dias que antecederam a captura em 2002 de Robert Hanssen (Chris Cooper, excelente), um especialista em informática do FBI, agente veterano altamente gabaritado e que durante anos e anos vendeu sem ninguém desconfiar informações sigilosas para os russos, que causaram a morte de vários agentes americanos (e também de soviëticos infiltrados) e custaram ao governo federal bilhões de dólares em prejuízos. Também é um pornógrafo que vende, às escondidas, material obsceno pelo correio. pretexto inicial para sua captura. Mas esse traidor e pervertido tem uma aparência tranqüila, um jeitão obsoleto para os novos protocolos do Bureau, é dedicado à família, ao trabalho e vai à igreja todo dia, como temente a Deus. Apesar de rígido, ganha rapidamente a confiança e a admiração de Eric O'Neill (Ryan Philippe), novato, CDF e ambicioso agente designado para espioná-lo por sua superiora durona (Laura Linney) até o momento do flagrante. Como um trabalho desses exige dedicação integral, isso obviamente abalará o casamento de Eric e vai impondo pouco a pouco uma questão ética a ele, pois à medida que se aproxima de Robert, inevitavelmente forma-se um laço de lealdade entre eles. Até na hora da inevitável traição. E rompê-lo termina por desafiar as convicções morais de O’Neill, que vão além da carreira, da justiça e de outras instituições americanas. Um duelo de atores, concentrado, diálogos afiados, momentos de tensão eficazes e feitos com tão poucos recursos em uma fotografia neutra, para revelar que, na tão (mal)falada Era Bush, de vigilância onipresente, o inimigo se oculta entre nossos próximos. Seu amigo de um dia é o inimigo no dia seguinte, bem distante dos inimigos externos de ontem, como os comunistas soviéticos, e de hoje, como os talibãs. Parece óbvio, mas, sob as falsas (e dissimuladas) aparências dos dias atuais, só parece.
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