(EUA, 2007)
Remy, um ratinho de paladar e olfato apurados e que sonha em ser chef de cozinha, diferente dos outros ratos de seu bando, que, sujos como bons ratinhos quadrúpedes, só pensam em roubar e comer qualquer porcaria encontrada no lixo. O desastrado Lingüini, suposto herdeiro de um dos mais refinados restaurantes de Paris, Le Gusteau, que, manipulado por Remy, escondido em seu chapéu, se tornará um chef de renome, para desespero do patrão, o baixote Skinner, que assumiu o restaurante após a morte de Gusteau e que, como um oportunista, usa a fama do falecido chef, que acreditava que qualquer um podia cozinhar, para criar linhas de comidas semi-prontas. E o prato provençal do título, à base de legumes fritos no azeite, que derrubará o “ego” do mais cri-crítico dos personagens, em um momento proustiano dos mais sublimes, nesta saborosa animação da Pixar, mais uma vez a cargo de Brad Bird (Os Incríveis, 2004), em que pela primeira vez os mundos das criaturas extraordinárias e dos seres humanos ordinários se encontram e tentam estabelecer alguma (difícil) harmonia, ainda que rato nunca deixe de ser rato sob os olhos dos outros. Inclusive de burocratas franceses da inspeção sanitária. De dar água na boca, literalmente, sobretudo (mais uma vez) pela excelência da animação, que reproduz pratos sofisticados da alta (e da baixa, também) gastronomia francesa com muito realismo, além da perfeita recriação da atmosfera parisiense, cidade que se orgulha sobretudo de seus esgotos, de onde surge Remy. De onde brota a arte, também. Bon appétit!
4 comentários:
depois desse teu comentário, eu tenho que ver.. pena q só veio em cópias dubladas pra cá.
Em Campinas, só tinha cópias dubladas também. Mas nem ligo mais. A dublagem desses desenhos anda cada vez melhor. E esse não é nenhum pouco infantil.
Lugar garantido nos melhores do ano ? Eu creio que sim. Faz dias que estou tentando escrever um rexto sobre "Ratatouille" no meu blog mas nunca fica à altura do filme.
Também creio que sim. E escreva o texto sobre o filme. Queria escrever mais, mas não tive muita vontade. Não ando muito a fim de escrever muito. Um abraço.
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