(Night at the Museum, EUA, 2006)
Um guarda noturno (Ben Stiller, típico) com um grande “L” de “Loser” grudado na testa e que se relaciona melhor com múmia de faraó, estátuas de cera e animais empalhados do Museu de História Natural de Nova Iorque que com seu filho ou outros complicados seres de carne e osso. Ele, adulto, após um início tumultuado em seu novo emprego no museu, insere-se aos poucos num universo próprio da imaginação de crianças, com índios, miniaturas de caubóis e romanos briguentos e outros bichos e estátuas que misteriosamente ganham vida à noite no local, neste Jumanji protagonizado por gente grande. Num momento liliputiano, resolve uma contenda entre romanos e heróis do velho oeste e ainda apela para a psicanálise sobre traumas infantis para acalmar um “huno”, momentos depois. Sua colega de trabalho, a guia do local e historiadora interpretada por Carla Gugino, também demonstra certa afinidade por vultos do passado, fascinada que é pela figura de uma índia de cera encerrada numa vitrine, objeto de sua tese de doutorado que a mantém longe das complicações de seres reais. Algo no filme parece alertar, ainda que brevemente, sobre os relacionamentos dessa geração de 30 anos para cima, que às vezes insiste em não crescer ou busca refúgio em universos menos gregários, distante das pessoas. Ao final, dá-se um jeito de conciliar essas duas realidades. De resto, é um filme de férias, à maneira de Shawn Levy, encobrindo tais inquietações que possam existir com (os esperados) bons efeitos especiais, um ritmo de parque de diversões, que acelera ainda mais na divertida meia hora final e ainda conta com presenças ilustres de Steve Coogan, Owen Wilson, Robin Williams, hunos e dos veteraníssimos Dick Van Dyke e Mickey Rooney, o hiperativo ator infantil de filmes dos anos 30 e 40.
Como curiosidade, Ricky Gervais, da série britânica The Office, faz o diretor do museu, tratando Stiller com característica posição de superioridade. Já no episódio inaugural da ótima série Extras (2005), também criada, produzida e estrelada por Gervais, era Stiller quem tratava Gervais com subserviência, interpretando a si mesmo como um diretor de cinema todo estrelinha, que humilhava o figurante Gervais sempre que tivesse a oportunidade, papéis invertidos aqui neste Museu não sem certa ironia.
1 comentário:
creio que esse filme vai fazer sucesso em todas as faixas de idade, pelo jeito não pega pesado e vai proporcionar boas gargalhadas
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