(Je Vous Trouve Très Beau, França, 2005)
Comédia romântica à francesa. Ou seja, um tanto chauvinista e com um protagonista para lá de rabugento. Nada de Jude Law aparecendo de repente para Cameron Diaz, num lugar isolado. Pior, o "galã" aqui é um provinciano típico, interpretado por Michel Blanc (Meu Marido de Batom, Um Homem Meio Esquisito, Estressadíssimo, Beije quem Você Quiser), muito mais chegado à companhia das vacas e galinhas de sua fazenda que das pessoas ou de sua própria mulher, e que após enviuvar procura urgente por uma nova esposa que cuide do lar, acima de tudo. Para facilitar a busca, recorre a uma agência matrimonial. Da mesma forma que em O Albergue (2005), descobre que o Leste Europeu, sobretudo a Romênia, está cheio de mulheres jovens que, para fugir das condições difíceis do país, aceitam qualquer traste como marido, dizendo à mais infeliz e feia das criaturas coisas do tipo “você é tão bonito”, desde que, claro, esta criatura leve-a dali e venha da França, Alemanha, Suécia ou qualquer outro país rico com alta taxa de suicídios. Sendo o amor secundário em sua busca, já que está mais a fim de uma dona de casa que lave a roupa sem afogar o gato, limpe a casa, prepare o jantar e encha a geladeira enquanto ele ordenha as vacas, Michel Blanc, ou melhor, Aymé aceita de pronto (ou “compra”) uma romena prestativa e doce (Medeea Marinescu) que, como diria um de seus amigos, é a mulher ideal, pois “jovem, bonita e quieta”, ou algo assim. Mas ela tem outras expectativas. Conflitos surgirão.
O resto, todo mundo já sabe. Alguns esparsos comentários visuais sobre a solidão de viúvos, mas que também é um pouco da solidão de todos hoje em dia, a boa fotografia e a ótima presença de Michel Blanc, que rende agradáveis momentos de riso, tornam o filme da estreante Isabelle Mergault um pouco menos superficial que de costume. Mas não mais que isso.
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