quarta-feira, janeiro 17, 2007

Mongolian Ping Pong

(Lu Cao Di, China, 2005)



Foge, mas nem tanto, do exótico da paisagem da Mongólia, das danças, dos costumes dos pastores locais, inalterados desde os tempos de Genghis Khan, ao centrar foco nas brincadeiras das crianças nas áridas estepes onde vivem os nômades. Crianças como todas as outras, que criam um mundo próprio, imaginativo, afastado da realidade dos adultos, que entram mais para puni-las ou enganá-las. Nesse universo infantil de regras particulares, uma bola de pingue-pongue trazida pelo riacho intrigará os garotos, que partem pelo deserto tentando devolvê-la a sua origem. Viverão típica jornada aventuresca e de descobertas, culminando na cena final na China, que mostrará só o necessário para traçar o destino do protagonista, Bilike (Hurichabilike). Ao mesmo tempo, a modernidade vai se infiltrando aos poucos num lugar que antes parecia parado no tempo, por meio de um jipe que corta a paisagem, da câmera fotográfica que registra a família de Bilike diante de cenários falsos, da TV que nunca funciona direito e da própria bolinha. Presta-se tributo ao cinema iraniano e, sobretudo, ao neo-realismo dos italianos na maneira de filmar as crianças neste filme de belas imagens de Ning Hao e feito para agradar em cheio ao público chique de Mostras. E a outros, também.

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