quarta-feira, janeiro 03, 2007

Misantropia, cães e franceses


O amor é simples de definir, mas raramente se produz – na série dos seres. Com os cães prestamos homenagem ao amor, e à sua possibilidade. O que é um cão senão uma máquina de amar? Apresentam-lhe um ser humano, dando-lhe por missão amá-lo – e por mais feio, perverso, deformado ou estúpido que ele seja, o cão o ama.

Michel Houellebecq (A Possibilidade de uma Ilha, Ed. Record, trad. André Telles)


– Existe o amor, Bardamu!
– Arthur, o amor é o infinito posto ao alcance de cachorrinhos, e eu tenho minha dignidade, ora essa! – respondo.

Louis-Ferdinand Céline (Viagem ao Fim da Noite, Companhia das Letras, trad. Rosa Freire d’Aguiar)


Se precisar de um amigo dedicado, sempre alegre, sempre disposto a acompanhar-lhe em longas caminhadas, pegue um cachorro.
(...)
Não se submeta às leis da sociedade e não tema viver sozinho, com seu pensamento diante de você, com seu pensamento como companheiro, com seu pensamento como amigo, com seu pensamento como namorada.

Champfleury (Prefácio de Grandes Figuras de Ontem e de Hoje – Balzac, Gérard de Nerval, Wagner, Courbet, esgotadíssimo)

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