(That’s Dancing, EUA, 1985)
Documentário da MGM que, nove anos depois, segue a trilha aberta pelo sucesso das muito auto-elogiosas compilações anteriores, Isto Era Hollywood (1974) e Isto Também Era Hollywood (1976), em que o produtor e diretor Jack Haley Jr. prestava entusiasmada homenagem aos musicais da era de ouro do cinema americano, especialmente os da MGM, claro. A diferença é que aqui, com foco mais na dança e menos entusiasmo, sai um pouco do território da Metro, ao incluir cenas antológicas de extravagâncias de outros estúdios, como RKO, Universal, Warner Bros. e Fox. En passant, e já que abre com um “moderno” número de break em Nova Iorque, também aborda alguns musicais dos anos 70 e 80, como Os Embalos de Sábado à Noite (1977), Fama (1980) e Flashdance (1983). Aí, empalidece um pouco, pois em comparação com as monumentais coreografias de áureos tempos, estes filmes mais parecem exercícios acrobáticos, e dos bem básicos. Ainda assim, oferece um panorama e tanto de um gênero outrora popular e que hoje é visto não com poucas sobrancelhas erguidas, devido a sua muitas vezes enganosa frivolidade.
Dividido em segmentos, com boa edição, apresentação de Gene Kelly e participações especiais de Sammy Davis Jr., que narra a ascensão do sapateado nas telas, Mikhail Baryshnikov, que apresenta a dança clássica, e Liza Minnelli, que fala das adaptações dos musicais da Broadway dos palcos para as telas (hoje o caminho é o inverso), entre outros, o filme mantém o mesmo tom laudatório, hiperbólico, chapa branca, etc., dos anteriores, mas sem se esquecer da nostalgia. Também não há como ser de outra forma em se tratando do excepcional número de sapateado com centenas de dançarinos geometricamnente dispostos em Caçadoras de Ouro (Gold Diggers of 1935), do gênio de Busby Berkeley, ele mesmo merecedor de todo um segmento. Ou então, das irresistíveis performances de Fred Astaire em Na Roda da Fortuna (1953), Gene Kelly e Donald O’Connor em Cantando na Chuva (1952), Cyd Charisse e suas pernas em Meias de Seda (1957), Roy Bolger em cena inédita de O Mágico de Oz (1939) ou James Cagney em Canção da Vitória (1942), não é mesmo?
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