(Babel, EUA, 2006)
O mundo fala várias línguas, ainda que entre alguns o idioma seja o mesmo. É árido no Marrocos, tumultuado no México, estroboscópico no Japão, intransponível na América. É cheio de barreiras: físicas, como o muro que separa os iguais dos diferentes, no México, ou emocionais, entre marido e mulher, no Marrocos, ou entre pai e filha, no Japão, onde às vezes o melhor é não falar nada.
Mas, para além da lingüística e da geografia, é bressoniana a idéia inicial deste Babel, de Alejandro González Iñárritu. Um pouco como L´Argent (1983), o objeto do mal aqui é um rifle, que é passado de mão em mão, de um canto a outro do planeta, trazendo conseqüências catastróficas para todos ao seu alcance. Ela, no entanto, se dilui um pouco nos desdobramentos dramáticos de suas três narrativas que se cruzam, alguns, de fato, tensos e exasperantes; outros, nem tanto. Mas ainda assim, tem algo a mostrar. Na globalização, Cate Blanchett sangra e o mundo agoniza.
3 comentários:
tava esperando mesmo pra ver o q vc ia falar sobre o filme. texto conciso e bonito.
Thanks, Ailton. Apesar de alguns pormenores, gostei de Babel. Pelo visto, acho que fui um dos poucos, junto com os membros da Academia de Cinema, futuramente, hehehe. Um abraço.
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