(I Could Never Be Your Woman, EUA, 2007)
Paul Rudd é carismático, tem ótimo timing cômico e, sobretudo, muito bom gosto ao se interessar pela madura e ainda muito bela Michelle Pfeiffer, a divorciada produtora e escritora de um longevo show teen de TV, ameaçado de cancelamento pelos executivos da emissora por conta da baixa audiência. Ela precisa urgente de algo que ajude a revigorar os índices do programa. E Rudd, no papel de Adam, faz o teste para viver um nerd todo estereotipado e é bem-sucedido. Engraçadinha, por exemplo, a cena em que ele faz uma paródia da fala final de Henry Fonda em As Vinhas da Ira adaptada ao universo High School (“Eu estarei lá...”). E o show se reergue graças ao seu divertido personagem. E ela também, ao se envolver com ele. Só que existe certa diferença de idade entre ambos. Ela é bem mais velha que ele e o mundo nem sempre vê com bons olhos mulheres maduras, bem mais interessantes que essas bobocas siliconadas de 20 e poucos anos, sonhos infantilóides e que existem às turras por aí, envolvendo-se com sujeitos bem mais novos. Seguem-se as complicações de sempre, mais uma secretária invejosa que faz de tudo para arruinar o romance e a carreira de Pfeiffer, mas nada realmente muito sério neste filme agradável, desprentensioso e até desleixado, cheio de piadas internas ao show business, coisa que a veterana diretora e roteirista Amy Heckerling, dos ótimos Picardias Estudantis (81) e As Patricinhas de Beverly Hills (95), conhece bem, pontuando a trama com bons diálogos e alguns tipos secundários que têm algo a alfinetar também, mas que é sustentado sobretudo pela boa dinâmica da dupla de protagonistas e também pela divertida e precoce filha de Pfeiffer (Saoirse Ronan). Formalmente, não é nada de mais, acho inclusive dispensável o personagem de Tracey Ulman como a Mãe Natureza, interrompendo a narrativa para dar conselhos moralistas à Pfeiffer, mas ainda assim o filme está bem longe de ser algo desprezível, num gênero repleto de filmes pra lá de descartáveis como o da comédia romântica, apesar também do idiota título brasileiro, que dá uma forçada na direção do melodrama.
"Michelle, ma belle"
5 comentários:
Esse é daqueles filmes que eu ainda estou me decidindo se vejo no cinema ou se deixo pra baixar na internet.
Eu não esperava muita coisa, acabei gostando. Pode ir tranqüilo, Ailton. Acho que você não vai passar vergonha como em Licença para Casar, hehehe.
E também eu curto estórias de mulheres mais velhas apaixonadas por caras mais novos, hehehe.
Na falta de coragem de ir ao cinema, comecei a baixar o filme ontem. hehehe
Baixe também Morte no Funeral. Hilariante. Ou melhor, vá ver no cinema. :)
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