(EUA/Alemanha, 2007)
Poética. É palavra incontornável e difícil de tirar da cabeça depois de se assistir a essa deslumbrante cinebiografia anticonvencional, fragmentada, de Bob Dylan, o trovador judeu da América profunda. Homem de muitas fases, nomes e, principalmente, faces. Não à toa, ele é interpretado aqui por vários atores, em diferentes texturas e colorações de película, desde a infância como um menino negro prodígio no blues, viajante clandestino nos vagões de carga pelo interior dos EUA (Marcus Carl Franklin), poeta beatnik e homem de família (Heath Ledger), “homem” de Londres (Cate Blanchett), no divertido e rápido encontro com os Beatles, pregador evangélico (Christian Bale) até a participação como um fora-da-lei (Richard Gere) no western crepuscular de Sam Peckinpah, Pat Garret e Billy the Kid (1971), como cowboy da contracultura, sem raízes, sem nome, à margem de tudo e de todos e sempre viajando sem rumo (“No Direction Home”). Por isso, a imagem da estrada, do trem rasgando as pradarias, algo tão americano, é sempre recorrente neste trabalho de Todd Haynes (Velvet Goldmine, Longe do Paraíso). Mas, é a banda sonora, obviamente rica de composições e poemas de Dylan, que conduz o filme por seus diferentes estágios e caminhos, de maneira nunca linear, sobrepondo o homem ao mito junto ao turbulento contexto político dos anos 60 e 70. Para ser visto, ou melhor, sentido várias e várias vezes.
2 comentários:
Queria mto ter visto esse...mto mto mto! Mas não deu.
Faz tempo que eu tô enrolando pra deixar um comentário. Adoro o jeito que vc escreve. Adoro os filmes.
Beijo!
Ju Gola
Oi, Juliana. Bom saber que você é uma fã daqui. Fico muito contente. Apareça sempre. Também gosto do seu blog. Um beijo.
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