sexta-feira, abril 20, 2007

Maria

(Mary, EUA/Itália/França, 2005)



A fé que vai e vem neste tumultuado mundo moderno, onde aparentemente não há mais espaço para ela, a não ser para egos, e onde religião muitas é confundida com fanatismo. É de aparência, sobretudo, que trata este filme de Abel Ferrara, em que uma atriz, Marie Palese (Juliette Binoche, bonita e lacrimosa), após interpretar Maria Madalena no polêmico filme sobre a vida de Cristo, “Esse é Meu Sangue”, do chatíssimo diretor e ator Tony Childress (Matthew Modine), e que traz Madalena como centro das discussões teológicas, relegando os apóstolos a um segundo plano, tem uma epifania, larga tudo e passa a peregrinar como Madalena pela conturbada Terra Santa. Tempos depois, na época do lançamento da produção em Nova Iorque, o diretor é convidado pelo apresentador Ted Younger (Forest Whitaker), que entrevista teólogos, padres e historiadores sobre o cristianismo, para se juntar ao debate no seu programa televisivo semanal. Será duro com ele. Ao mesmo tempo, Ted, cuja mulher (Heather Graham), solitária, está grávida, mantém um affair com uma produtora (Marion Cotillard). Um dia, sua esposa passa por complicações. O bebê nasce prematuro e, frágil, corre riscos. Ted, até então cético, volta-se para Deus, obviamente. Ao mesmo tempo, tensões e ameaças de atentado tumultuam a première do filme de Childress, para seu desespero. Mas não era o que queria? Fazer barulho? Chamar a atenção? Bem feito.

Conduzido por desgastados debates religiosos, fica apenas na aparência. Não produz nenhum milagre, nenhuma epifania. É apenas monótono quando se quer polêmico, profundo ou religioso, no sentido de “religare”, religar Criador com a criatura, quando não pretensioso do início ao fim, embora explore bem as locações em Israel e Forest Whitaker esteja fantástico, como sempre. Grande ator. Filme, menos, menos.

Agora, as pedradas.

2 comentários:

Michel Simões disse...

Pedras não pq vc embasou suas opiniões, mas discordo totalmente rsrs

abraço!

Lorde David disse...

Oi, Michel. Pelo jeito, deu para perceber que eu não sou lá muito fã do Ferrara, não é mesmo? Quanto a discordamos, isso é de praxe. :} Um abraço.