quinta-feira, abril 26, 2007

A Última Cartada

(Smokin' Aces, EUA, 2007)



Guy Ritchie e Tarantino. Canos fumegantes, cartas de baralho, traições e péssima pontaria, o que justifica alguns indivíduos difíceis de morrer, no confronto entre matadores nazistas, caçadores de recompensas, duas Foxxy Ladies letais, agentes do FBI, mafiosos e hitmen habilidosos no uso de armas contundentes ou mestres no disfarce na enlouquecida disputa pela cabeça (e pelo coração, também) de Buddy “Aces” Israel (Jeremy Piven), famoso ilusionista que, em busca de mais ação, usou sua influência junto à máfia em Las Vegas, galgou postos e poder no submundo, até decidir entregar o chefão da Cosa Nostra, Primo Sparazza (Joseph Ruskin), para os federais. Primo então lança uma recompensa de 1 milhão de dólares para quem der cabo em Israel e trouxer o coração dele, sobretudo. O FBI, liderado por Andy Garcia, o quer vivo, pois seria uma testemunha-chave no desmonte definitivo da Cosa Nostra. Israel é, então, mantido vigiado num hotel de luxo em Lake Tahoe, Nevada, com direito a drogas e as melhores e mais briguentas prostitutas. E é para lá que rumará a horda de assassinos, tal com em Deu a Louca no Mundo (1963), numa disputa para ver quem chega primeiro. Dois agentes do Bureau (Ryan Reynolds e Ray Liotta), pobrezinhos, correm para impedir a matança. Mas antes têm que tomar um elevador. E que elevador! Inevitavelmente, entrarão em confronto com os matadores, tipos dos mais insanos, como uma gangue demente neonazi conhecida como The Tremors, e que também brigarão entre si, num desenlace pra lá de sangrento, envolvendo balaços, hipotermia, dedos decepados, moleque judoca white-trash hiperativo, serras a motor descontroladas, essas coisas, neste adrenalínico filme de Joe Carnahan (do sombrio Narc, 2002), de cortes acelerados, enquadramentos inusitados, alguns diálogos certeiros ou estapafúrdios, estética de um colorido tutti frutti e que arremessa o tempo todo inúmeros elementos a mil por hora, mas que aos poucos vão fazendo sentido, até a reviravolta final, muito bem orquestrada e que, em todo o seu divertidíssimo percurso, traz ainda pequenas participações de caras conhecidas, como as de Ben Affleck, Martin Henderson, Alicia Keys (foto) e Peter Berg. Mesmo que seja apenas para dar cabo em todos eles, em meio a uma piadinha ou outra. Um alento este filme, em que os excessos se justificam plenamente, no final das contas.

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