segunda-feira, agosto 20, 2007

Os Simpsons – O Filme

(The Simpsons Movie, EUA, 2007)



Como andam dizendo ou escrevendo, um episódio estendido da longeva série animada de TV, inclusive com a famosa abertura, mas que funciona muitíssimo bem no cinema, em glorioso CinemaScope. Melhor do que eu poderia esperar, já que há tempos deixei de acompanhar a série, um tanto desgastada, é apoiado no tradicional tiroteio de referências pop e na descarada esculhambação a astros da música, do cinema, da política, em ótimas piadas, que se sucedem num ritmo frenético e num humor literalmente corrosivo, na estória em que Homer arruma um porquinho de estimação e dá mais atenção a ele que a seu filho Bart, que, após correr peladão de skate pela cidade, humilhando-se e sendo mais uma vez ignorado pelo pai, se aproxima do religioso e sempre bondoso vizinho Ned Flanders. Enquanto isso, a nerd Lisa Simpson, desta vez caída de amores por um recém-chegado clone júnior e ambientalista do Bono, em seu documentário “Uma Verdade Irritante”, tenta alertar os moradores e as autoridades de Springfield para o elevado nível de poluição do lago local. O prefeito, politiqueiro como é, decide tomar providências inócuas, só para Homer, na sua eterna fascinação por rosquinhas, estragar tudo e colocar a cidade sob exagerada intervenção militarista do governo dos EUA, agora presidido por Arnold Schwarzenegger, e mais especificamente da incrivelmente poderosa Agência de Proteção Ambiental (ou “EPA”, na sigla em inglês), tornando real a profecia enunciada por Vovô Simpson num momento engraçadíssimo de descarrego durante a missa dominical. Revoltados, os moradores da cidade decidem linchar (mais uma vez) Homer, que consegue fugir e se mudar com a família para o Alasca, buscando um novo recomeço.

Ambientalistas, Homem-Aranha, Harry Potter (ou “Harry Porco”), Tom Hanks, Green Day até a Fox, que produz a série e o filme, ninguém é poupado, ou quase, bem como as tradicionais estocadas ao american way of life movido a gordurosos hambúrgueres. E todos os personagens da mitologia do seriado, do palhaço Krusty ao barman Moe e os cartunescos sádicos Comichão e Coçadinha, têm ótimas e muito bem aproveitadas participações neste filme delicioso e que continua até os créditos finais, com as primeiras palavras pronunciadas por Maggie, o bebê Simpson, em momento dos mais encantadores. Eu também quero a continuação!

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