(Douches Froides, França, 2005)
Dois recém-amigos mais uma menina, namorada de um deles. Judocas, os meninos, um mais técnico e estratégico (e mais rico, filho do patrocinador da equipe juvenil da França), outro mais forte, mais impulsivo. Adolescentes, hormônios e nervos à flor da pele. Uma noite, numa festa, os três se divertem e se enroscam. Um dia, no tatame, os três transam, em uma cena feita de impressionante naturalidade e erotismo. Um deles, já bem magro, para o campeonato europeu, precisa ainda perder mais alguns quilos para substituir na categoria um judoca que ele acabou machucando, prejudicando a equipe. Desde então, não come mais nada. Às vezes, nem água bebe. Ainda tem que lidar com o pai desempregado e a mãe neurótica e sovina. E ressente-se ao ver sua namorada cada vez mais à vontade com o colega com quem a compartilhou na transa. Isso mexe decisivamente com os seus nervos até o dia da competição. Sem moralismos, um bom pequeno filme do diretor Anthony Cordier, que concentra a sua força no trio jovem de protagonistas, corajoso nas cenas mais íntimas e que obviamente evoca o triângulo amoroso à Jules e Jim, só que mais rude, mais ríspido, não tão libertário quanto o do filme do Truffaut e mais de acordo com o mundo dos adolescentes forçados a ceder cada vez mais às pressões e responsabilidades da vida adulta (nem sempre tão séria ou responsável assim) que se avizinha.
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