(Brasil, 2006)
O mito de Hércules, aqui descendo do Olimpo e indo parar logo na periferia de São Paulo, com todos os cacoetes lingüísticos comuns a esse tipo de produção. O Hércules ou o Heracles suburbano (Sidney Santiago, discreto) de semideus vira motoboy (e aspirante a artista) e, após passar um período difícil no Hades, ou melhor, na Febem, tem que cumprir doze tarefas no primeiro dia de trabalho pelas ruas da cidade com a sua motocicleta. Ou seja, diante dessa realidade tão brasileira e nada mitológica, o mito se apequena, sobretudo por causa dos muitos diálogos ginasianos da narrativa. Nem as tarefas são das mais difíceis, apesar do trânsito caótico e dos colegas de trabalho não muito confiáveis. Mesmo assim, ao acompanhá-lo, a câmera até que se movimenta de maneira interessante pela geografia de São Paulo. Mas, quando estática, o diretor Ricardo Elias parte para a óbvia utilização do recurso campo/contracampo, especialmente nas conversas que Heracles trava com as pessoas que cruzam o seu caminho. Tudo meio pé no chão demais, sugerindo vários (des)caminhos, nenhum definitivo, nenhum conclusivo, nenhum convincente.
2 comentários:
Fraquinho, fraquinho, fraquinho!!!
Fraco e com o desejo pelo ordinário e pelo lugar-comum. Ou seja, tipicamente brasileiro.
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