(The Number 23, EUA, 2007)
A notória afetação visual de Joel Schumacher, que até funcionava em Linha Mortal (1990) e O Fantasma da Ópera (2005), aqui ofuscando literalmente a narrativa, além de se submeter excessivamente ao esquematismo do roteiro, que conta a estória de um sujeito comum (Jim Carrey), que após ganhar um manuscrito de aniversário, um romance com o título de Número 23, fica obcecado pelo número, obviamente cabalístico, portador de sinais diabólicos, e passa a vê-lo em toda parte. Também encontra na estória várias coincidências com a sua trajetória de vida.
Lembra A Janela Secreta, de Stephen King, pela presença de anagramas e onipresença do número e de signos a partir de páginas de ficção que vão ganhando vida, mas no fim das "contas" tudo não passa de números, bem calculados, neste by the numbers (rotineiro) thriller sobre expiação de culpa e paranóia, e com a esperada reviravolta no final. Poderia ser uma estória noir de detetive, poderia ser um suspense, poderia ser um terror psicológico, mas nas mãos de Schumacher é pouco inquietante e nada ameaçador, apesar dos esforços de Carrey e da beleza madura de Virginia Madsen. Deixa-se ver, no entanto, na solidão de uma noite insone.
2 comentários:
Provavelmente vou ver hoje à noite. Espero gostar.
O bom é que é curto e não aborrece. Depois vou ler o seu texto.
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