quarta-feira, março 07, 2007

Letra e Música

(Music and Lyrics, EUA, 2007)



O filme de Marc Lawrence repete a estrutura de inúmeras comédias românticas do tipo “boy gets girl, boy loses girl, boy marries girl”, como já assinalaram. No caso um big boy, Hugh Grant. Na vida real não é assim, nunca será, pois se sofremos para ter quem se ama, quando se ama, sofre-se também ao tê-lo, isso quando se tem. Mas divago, exagerando como sempre. O fato é que o filme, de história batida, é sustentado basicamente pela doçura de Drew Barrymore, no papel de Sophie Fisher, antes encarregada de cuidar de plantas, tornada por acaso compositora de letras de canções, e pelas boas tiradas, cheias de wit, de Hugh Grant, como Alex Fletcher, ex-cantor de um conjunto dos anos 80, PoP!, sucesso na época, e dono das plantas que Sophie afoga de vez em quando. Hoje, ele, como solo, sobrevive cantando velhos hits seus em feiras, parques temáticos e teatros para as saudosas fãs, todas quarentonas. Poderia cantar em museus também, já que vive inteiramente do passado. Uma oportunidade surge de voltar ao estrelato e, para isso, precisa desesperadamente compor um single para uma nova musa pop new age, Cora Corman (Haley Bennett), tipo dessas cantoras gostosinhas, loiras e descartáveis que surgem às dezenas. Fisher e Fletcher terão de correr, já que o prazo é de menos de uma semana. A partir de então, desenrolar-se-á a relação entre eles, com os resultados esperados.

Dito o começo, adivinha-se o fim, importam as complicações do meio, que não serão tantas, algo a ver com um ex-namorado dela (Campbell Scott) e imposições comerciais na letra final da canção composta, até o desenlace romântico. Mas, ainda assim, é divertido em alguns momentos. Na abertura do filme, por exemplo, é muito engraçado, mas muito engraçado mesmo, o clipe da antiga banda de Grant, uma variação de Duran Duran com Wham!, feita de rebolados, penteados esquisitos e filmado com o mesmo jeitão dos clipes de grupos semelhantes (e reais) que abundavam nos anos 80, hoje nostálgicos em sua hilaridade brega. Essa seqüência vale o filme inteiro. No geral, nada muito profundo, mas bom de ver, especialmente pelo entrosamento da dupla Grant/Barrymore. A nota dissonante vai para o aspecto do filme, escuro e mal-fotografado em determinadas cenas, com textura de vídeo digital e acabamento apressado e desleixado.

4 comentários:

Alê Marucci disse...

Vou ver hoje junto com minhas amigas fãs de Duran Duran. :)
Beijo.

Lorde David disse...

Você vai se divertir, Alê, sendo fã ou não de Duran Duran. Um beijo.

Ailton Monteiro disse...

Não tinha reparado no aspecto do filme, que vc citou no final do texto, David. Realmente vc tem razão. Isso não me incomodou, mas se formos comparar com a fotografia de COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ, por exemplo, o filme sai perdendo feio. Legal a brincadeira que fizeram no final do filme, nos créditos, quando falaram que a dublê de Britney se casou e se separou em dois dias. Hehehe

Lorde David disse...

É, me incomodou no começo. Tudo parecia muito escuro. E também gostei das brincadeiras no final. Ainda mais por que repetiram o clipe, pra rir mais um pouco, hehehe.