segunda-feira, dezembro 04, 2006

Adrenalina (Crank, EUA, 2006)


Muito fácil falar que este filme dos estreantes Mark Neveldine e Brian Taylor não passa de um videoclipão, com um fiapo de história, destinado a adolescentes descerebrados, fãs de videogame. Mesmo que seja, é uma fita de ação das mais agradáveis e divertidas, e que não tem receio de se assumir como tal em seus enxutos noventa minutos de duração. Parte de seu charme vem do protagonista, Jason Statham, cria de Guy Ritchie e mais do que talhado para quebrar costelas e chutar traseiros em filmes de macho. Uma espécie de Bruce Willis debochado, brucutu e bem mais cool.

Aqui interpreta Chev Chelios, um matador de aluguel que é envenenado pelo líder de uma gangue rival. Por causa disso, seu coração pode parar a qualquer momento, a não ser que mantenha altos os níveis de adrenalina no sangue. Assim, parte para uma jornada tresloucada por Los Angeles à procura do antídoto, e não se importa em distribuir todo tipo de “boutade” pelo caminho, incluindo derrubar velhinhos no hospital, roubar litros de energético na loja e até transar loucamente em local público diante do olhar assanhado de centenas de chinesinhas, livrando-se também da cola de ex-comparsas, seja de moto, de carro ou até voando, literalmente.

Os diretores não negam a influência de Corra, Lola, Corra ou dos filmes de Guy Ritchie pré-Madona na estética e no andamento da narrativa, com montagem que abusa de cortes rápidos, texto sobre a imagem, divisão de tela, imagens borradas, saturadas, câmera lenta alternada à câmera acelerada e todo tipo de intervenção permitida na pós-produção. Ainda assim, isso ajuda a manter o ritmo constante e de acordo com a adrenalina que a história (?) pede, sem nunca esquecer do humor surgido em muitas das cenas violentas e estapafúrdias. Está mais do que bom para um gênero em que as fitas baratas de ação têm se mostrado cada vez mais genéricas e nem são mais lançadas nos cinemas com tanta freqüência.

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