(Espanha, 1981)
Um delírio macumbeiro-carnal, quase onanista no uso vai-e-vem-vem-e-vai que faz do zoom, do prolífico diretor Jesús Franco, que transforma o pesadelo de uma bem fornida corretora de imóveis (Lina Romay, mulher de Franco) num pretexto para a sucessão onírica de taras conduzidas pela princesa Obongo (a transexual Ajita Wilson) ou simplesmente “Tara”, que aparece para ela primeiro em sonhos alucinógenos, trajando em seu sexo um estranho amuleto, que mais se parece com uma vagina do avesso, para depois, com a intenção de espalhar o mal pelo mundo, materializar-se e atraí-la para seu resort nas ilhas Canárias, onde os quiosques e bangalôs lembram seios arrebitados, as dunas escondem amuletos fálicos e a câmera se demora sobre a paisagem no amplo uso que faz do CinemaScope. Depois, seu marido também será envolvido pela princesa. Além da farta exposição de genitálias femininas, marca do diretor, em devaneios eróticos (quase) explícitos, um clima de estranheza constante, confundindo alucinação com realidade como só o titio tarado Franco (que aparece num papel pequeno, como um recepcionista meio debilóide) sabia proporcionar. Ou seja, a estória aqui é o que menos conta. Serve para Franco imitar a si mesmo, como de costume, à maneira de Vampyros Lesbos, aproximando terror e sacanagem num clima surreal e explorando ao máximo o corpo de sua mulher, nua quase o tempo todo, aliás.
JESUS!!!
2 comentários:
Tinha escrito um comentário aqui... que coisa! O filme do Franco que eu mais gostei até hoje foi EUGENIE. Ele fez alguns pornôs nos anos 80 com a Romay mandando ver em homens e mulheres. Num deles, há uma cena patética. O cara não consegue ter ereção de jeito nenhum e a pobre da Romay fica tentando de várias maneiras sem sucesso hehe.
Oi, Osvaldo. Não curto muito a fase pornô do "Jesus" ou de Joe D'Amato, por exemplo, mas fiquei curioso com esse título que você citou, sobretudo por causa de Romay mandando ver. Pra valer, hehehe. Um abraço.
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