sexta-feira, setembro 21, 2007

Querô

(Brasil, 2006)



Querô, baseado em livro de Plínio Marcos, é um retrato determinista, feio e sujo da infância perdida. Um órfão (Maxwell Nascimento), abandonado pela mãe prostituta (Maria Luísa Nascimento, mais uma vez interpretando uma desequilibrada), que é expulsa do bordel assim que o menino nasce, depois se matando ao ingerir querosene (daí o apelido “Querô”, que ele detesta), se vira crescendo na zona do cais do porto de Santos, fazendo bicos, cometendo pequenos delitos para sobreviver até ser pego e mandado para a Febem, onde, numa sucessão de infortúnios à brasileira, é estuprado, esfaqueia um monitor e foge de lá. Então, começa tudo de novo. Feio, sujo e direto, porém inconcluso, ainda que muito bem filmado, à maneira dos superestimados irmãos Dardenne, com câmera colada no rosto dos atores, o caminho trilhado pelo diretor Carlos Cortez a gente já conhece faz tempo (tipo o “soco no estômago da classe média culpada de cada dia”), embora ele evite o maniqueísmo ou o denuncismo fácil, típico de um Anjos do Sol, por exemplo. Bom, conciso, mas não comovente ou particularmente impactante.

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