(Camping Sauvage, França, 2005)
Acampamento de verão no litoral da França. Corpos expostos quase que o dia todo e desejos latentes vindo à tona, sobretudo os da loira Camille (Isild Le Besco), a bem fornida e entediada Lolita local, cujas lentes límpidas dos diretores Cristophe Ali e Nicolas Bolauri se enamoram dela desde os primeiros instantes. Com os hormônios exaltados típicos da juventude, aborrecida com o pai boçal, com a vida, com o universo e tudo o mais, ela não tira os olhos do taciturno Blaise, casado, pai de um filho pequeno, recém-chegado ao acampamento para ser o novo instrutor de vela, que não quer confusão e parece enfrentar problemas financeiros mal-explicados. Coitado! Entre olhares trocados, no entanto, e apesar de indiferente a ela, Blaise atrai os ciúmes do violento namorado dela e a ira dos familiares e acampados, liderados por seu cunhado, administrador do “recanto selvagem” e um tipo fascitóide até no bigodinho que usa. É expulso, mas foge de lá com Camille, sucumbindo ao desejo por ela, que é o desejo de todos os homens do camping. E o filme perde o pique. Apesar disso, é curto, concentrado em seus melhores momentos e trágico. Aliás, desnecessariamente trágico e com um ranço um tantinho moralista no desfecho, mas que tem a sua força, especialmente na interpretação estóica de Denis Lavant como Blaise.
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