(La Vérité ou Presque, França, 2006)
Em nada lembrando as produções sobre desacertos afetivos de um grupo de indivíduos de Resnais ou Rohmer, mais uma vulgar comedinha francesa de encontros e desencontros, salpicada com algum drama e muita verborragia, freqüentada por tipinhos blasé bem de vida, mas sempre entediados, daquela maneira intelectualóide insuportavelmente francesa, metidos à besta e um tantinho arrogantes entre si, nesta história dirigida sem muita convicção pelo mediano diretor Sam Karmann, que aqui também interpreta Thomas, e que conta, num fiapo de trama, a ciranda extraconjugal da bela e madura Anne (Karin Viard), casada com Thomas, que se sente atraído por Caroline (Julie Delarme), uma jovem mulher que está grávida de Marc, que é ex-marido de Anne, mas com quem ainda se encontra furtivamente para um affair nas tardes ensolaradas de Lyon. No meio deles, um escritor homossexual (André Dussolier), que está em Lyon para uma palestra a convite de Thomas e que, prestes a finalizar a biografia de uma cantora de jazz dos anos 60, acaba se envolvendo mais do que profissionalmente com Anne e, sobretudo, com Marc. Todos, como bons adultos, tendo a mentira, ou a quase verdade, com grande aliada. Ou seja, nada muito interessante ou inovador, mas assistível, sobretudo pela boa fotografia em CinemaScope, que privilegia belas locações em Lyon, saindo um pouco das obviedades paisagísticas parisienses, coisa rara no gênero, e pelas boas interpretações de Karin Viard (de Um Dia de Rainha, 2001, e Inferno, 2005) e, sobretudo, de André Dussolier (de Medos Privados em Lugares Públicos, 2006), que conseguem conferir um pouco mais de espessura e humanidade aos tipinhos não raro egocêntricos que interpretam. Já François Cluzet (de A Rainha Margot, 1994), repetindo a mesma cara de sonso vista no boboca Quatro Estrelas (2006), continua o bobalhão de sempre.
2 comentários:
Outra produção da qual só recebi informações através das programações de cinema em São Paulo. Não sabia nada em relação a trama e ela, com base no seu texto, me pareceu atraente. Marcado para ser visto em DVD.
Essa produção mediana passou voando em São Paulo, depois ficou em cartaz numa única sala. Talvez o DVD fosse mesmo o melhor destino para ela e para tantas outras. Um abraço.
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