sexta-feira, janeiro 25, 2008

O Caçador de Pipas

(The Kite Runner, EUA, 2007)



Dois meninos iranianos, ou melhor, afegãos empinam pipas coloridas e correm alegremente atrás delas no idílico Afeganistão do final dos anos 70, um pouco antes da invasão soviética. Um, Amir, é da etnia Pashtu, que faz parte da elite dominante e cosmopolita do país. Outro, Hassan, da etnia Hazzara, tida como inferior, é filho do empregado da casa de Amir e é sempre hostilizado com preconceito pelas crianças locais. Apesar das diferenças sociais, Hassan e Amir são quase como irmãos. No entanto, um violento incidente, em que Amir mesmo presenciando a cena se omite, termina por separá-los. Em seguida, a invasão dos comunistas força Amir e o seu bondoso e sábio pai (o excelente Homayoun Ershadi, de O Gosto da Cereja, 1997) a deixarem de vez o país e a fugirem para o Paquistão, indo viver depois na América. Anos mais tarde, já formado e casado, almejando virar escritor, em momentos que lembram o filme Nome de Família (2006), de Mira Nair, Amir tenta reparar o erro de sua omissão retornando ao arruinado Afeganistão natal, agora dominado pelos obscurantistas barbudões do Talibã, num filme folhetinesco, baseado em romance idem, repleto de coincidências inacreditáveis e cujo esquematismo da estória escrita originalmente por Khaled Hosseini lembra o de um roteiro de Paul Haggis (de Crash - No Limite, 2005), apesar da ótima ambientação do começo, da trilha de Alberto Iglesias e do bom uso que o diretor Marc Forster faz das elipses que pontuam a narrativa. Forster, porém, já bem mais interessante no duro drama A Última Ceia (2001) e no criativo Mais Estranho que a Ficção (2006). Aqui, menos cativante que Em Busca da Terra do Nunca (2004), se encarrega sobretudo de extrair emoção barata à Walter Salles, a serviço de senhoras e senhoritas mal-amadas e de fãs do livro original.

4 comentários:

André Renato disse...

Exatamente!

Lorde David disse...

E eu olha que eu até tava gostando no começo. Bem no começo, antes dos créditos, hehehe.

Ailton Monteiro disse...

eu gostei dos créditos..hehe

Lorde David disse...

São mesmo bonitos os créditos, Ailton, embora "orientalistas". Ou seja, para gringo ver.