sexta-feira, junho 22, 2007

O Hospedeiro

(Gwoemul/The Host Coréia do Sul/Japão, 2006)



Filme de monstro às antigas de Bong Joon-ho (Memórias de um Assassino, 2003), incluindo aqui e ali os comentários políticos e a sátira social e militar em meio a diálogos e situações às vezes tensas, às vezes dramáticas, às vezes (muito) bem-humoradas, sem qualquer vergonha de apelar para o pastelão e para o absurdo. Como no Godzilla japonês, nasce um monstro, agora made in Korea, um híbrido mutante gigantesco emergindo do rio Han, resultado do despejo de substâncias tóxicas advindas, claro, de uma base militar americana instalada no país. Sem perder tempo, o filme parte para o primeiro e eficiente enfretamento da criatura, mostrada já por inteira, engolindo gente às margens do rio e levando para o esgoto, entre as vítimas, a filha de um vendedor meio abobalhado de um quiosque local. Após o ataque, a família da menina e todos os que tiveram contato com o bicho são levados para uma base de quarentena pelos militares, que isolam a área do rio. Mas o pai descobre que a menina está viva e, perseguido, parte com toda a família, tipos meio desajustados ou marginalizados, para resgatá-la, numa aventura por baixo de pontes e esgotos de Seul, envolvendo inclusive funcionários corruptos da prefeitura, em meio às versões atropeladas difundidas pela mídia das autoridades coreanas e americanas, dos cientistas e dos militares, que declaram ser o monstro o hospedeiro de um vírus letal, como pretexto para testar armas químicas contra ele. Um tanto longo, tentando sempre alfinetar alguém, desde as autoridades submissas do país, os americanos, obviamente, e até os hábitos alimentares das pessoas, tem nas aparições do tal hospedeiro, inteligente e feroz, criado a partir de ótimos efeitos especiais, e na perfeita química entre os integrantes da família seus pontos altos. Uma bela diversão, que renova com inteligência e humor o gênero e vai um pouco além.

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