(Spider-Man 3, EUA, 2007)
Talvez o mais desequilibrado filme da série. Talvez o melhor em vários momentos. E o mais longo, também. Menos ação, muitos vilões, uma nova e bela namoradinha, Gwen Stacy (Bryce Dallas Howard, subaproveitada), mas todo mundo botando para quebrar de vez em quando, isso é o que importa, além, claro, dos eternos conflitos do melancólico herói, potencializados por uma misteriosa substância negra alienígena que, em contato com o alter-ego Peter Parker (Tobey Maguire), fará seu lado sombrio emergir, tornando-o tão xarope quanto um jovem baladeiro poser paulistano metido à moderninho emo, com a diferença de que seus sapatos, não o All Star cano baixo da moda, estarão mais limpinhos. E mais cruel também. Quer se casar com a sua paixão de infância, Mary Jane (Kirsten Dunst), mas a vaidade crescente do herói (e de Parker), no auge da popularidade de uma imagem que ele mesmo procurou construir para si, fará com que coloque o ego em primeiro lugar, pondo seu namoro em xeque, ao mesmo tempo em que, transformado num ser sombrio, literalmente, terá de lidar com três vilões ligados a conflitos de seu passado, sobretudo à morte de seu tio (Cliff Robertson), como o sentimental Homem-Areia (Thomas Haden Church), o vingativo Venom (Topher Grace) e o amigo, ex-amigo, amigo de novo e, por fim, inimigo Harry Osborne (James Franco), que assumirá de vez a armadura e o planador do Duende Verde para vingar a morte do pai (Willem Dafoe). Também caminhos se bifurcam, caminhos se reencontram, em aceleradas cenas de ação, onde o diretor Sam Raimi recupera muito do espírito do precursor Darkman (1990), ao evidenciar as mutações sofridas pelo meio “golem” Homem-Areia, por exemplo, num nível molecular, trazendo também certo senso humor que certamente não irá agradar a muita gente, além de tratar com mais intensidade temas afetivos ligados a amizade, amor e vingança, tudo entrelaçado. Herói dos quadrinhos, sentimentos de verdade, em tom crepuscular, como evidencia uma das últimas cenas do filme, e que emocionam. Sorry, puristas, mas este terceiro Spider-Man é ótimo e melhor ainda se visto sem muita expectativa.
6 comentários:
Antes de assistir a esse terceiro quero rever o primeiro e ver o segundo. Assim é bom porque, até lá, todo mundo já vai ter visto e eu poderei conferir em uma sessão vazia.
Beijo.
A sessão em que fui estava vazia. Beijo.
>Menos ação, mais vilões
Não sei quanto a você, mas pra mim essa equação está toda errada.
>Sorry, puristas
Sorry, why ?
I don´t know, my friend, you tell me.
Quanto a ter menos ação, não me importei tanto. Ela existe, é acelerada e tal, mas confesso que fico desnorteado com aqueles gráficos 3-D, ainda mais por só enxergar bem com um olho. Por isso, neste filme, nem fiz tanta questão delas. Um abraço.
Eu adoro Homem-Aranha. Gostei bastante desse último, mas o segundo é especial para mim. Gosto mais de ver Peter Parker perdendo os poderes, em conflito, e morrendo de estresse (ele fica parecendo gente como a gente), do que metido a emo de nariz empinado. Mas vale pelo conflito, também. Beijos
Eu já gosto do Parker malvadão, ainda que emo, hehehe. Um beijo.
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