quarta-feira, maio 16, 2007

Lady Vingança

(Chinjeolhan Geumjassi/Sympathy for Lady Vengeance, Coréia do Sul, 2005)



Fecha o tríptico da vingança, que começou em Sympathy for Mr. Vengeance (2002) e seguiu com Oldboy (2004), o mais conhecido no Brasil. De maneira análoga aos anteriores, uma personagem, no caso Lee Geum-ja (a bela Lee Young-ae), fica anos em situação de confinamento, injustamente acusada de um crime cometido pelo ex-marido, embora tenha sido cúmplice dele. Cumprida a pena e saída por cima da penitenciária, como a líder respeitada da cela além de habilidosa confeiteira, parte para a vingança, claro, pondo em prática um plano que urdiu pacientemente durante os anos de reclusão. Acusada de seqüestrar e matar um menino de 5 anos, fará com que a vingança contra o real assassino não seja um desejo só dela. No meio do caminho, reencontrará a filha, que agora vive com um casal australiano.

Belo, com uma belíssima seqüência de abertura, o filme é conduzido com uma placidez quase classicista por Park Chan-wook, acentuada pelos temas clássicos da trilha sonora, num vai- e-vêm contínuo no tempo narrativo, mas que nunca deixa de amarrar todas as pontas, evitando os excessos Grand Guignol de Oldboy, ainda que estes existam em alguns momentos. E, mais do que a vingança friamente arquitetada, é a redenção que Lee Geum-ja busca no final, conforme atestam as onipresentes imagens de santos que percorrem o filme. Redenção difícil, que leva à condenação também, em imagens e ângulos de câmera requintados, numa vingança conduzida de forma democrática, compartilhando culpas e sofrimentos, ainda que com espaço para alguns risos, em meio à intensa violência psicológica do segmento final.

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