(Lions for Lambs, EUA, 2007)
Um jovem senador republicano com ambições de concorrer à presidência americana (Tom Cruise, também produtor), um falcão na verdade, apresenta a uma jornalista veterana (a sempre formidável Meryl Streep), em entrevista exclusiva, sua nova estratégia para combater o terror wabbista do Talibã, desta vez mandando soldados para um ponto montanhoso e estratégico do Afeganistão, quase na fronteira com o Irã. Enquanto conversam, a nova ação de “Choque e Pavor” já está sendo implementada pelo exército americano. No entanto, subestimando o poder de fogo do inimigo, como sempre, o helicóptero que transportava o pelotão é alvejado e dois soldados (Derek Luke e Michael Peña) caem feridos nas gélidas montanhas e são encurralados pelo Talibã. Os dois eram alunos de Stephen Malley (Robert Redford), um professor universitário idealista que tenta inspirar outro dos seus alunos mais promissores (Andrew Garfield), que andava um tanto preguiçoso e ausente das aulas, a fazer algo pelo seu país por meio de debates e participação mais ativa na política. Mas não se engajando diretamente na guerra, como fizeram os outros dois soldados e que, agonizantes, aguardam o cada vez mais improvável resgate sob forte tiroteio. E a estatégia do senador vai escorrendo pelo ralo, enquanto a jornalista, um tanto cética, tenta decidir se leva ou não ao ar o conteúdo da entrevista. Basicamente, em três momentos que transcorrem paralelamente, uma grande discussão em torno das responsabilidades americanas pós-11 de setembro na mídia, na política, na própria sociedade do país, indiferente em relação ao resto do mundo, e no combate ao terror e suas conseqüências devastadoras até agora, sobretudo para a imagem da América, a “Roma em chamas”. Um boa discussão, no entanto, incisiva em vários momentos, e ótima direção de atores, apesar do tom predominantemente discursivo e demonstrativo, que redundam em imagens que reafirmam o que já foi dito no diálogo ou na cena anterior, neste que, ainda assim, é o melhor filme do convencional Robert Redford (Gente Diferente, Rebelião em Milagro, Nada é para Sempre, Quiz Show) como diretor. Definitivamente estamos de volta aos anos 70, em que o cinema, mesmo o hollywoodiano, não se furtava em falar abertamente de política estando em sintonia com o momento atual. Até a clássica United Artists, produtora do filme e bem forte naquela época, foi trazida de volta depois de amargar um tenebroso ostracismo.
5 comentários:
"Definitivamente estamos de volta aos anos 70, em que o cinema, mesmo o hollywoodiano, não se furtava em falar abertamente de política estando em sintonia com o momento atual."
Yeah!!
É outra coisa ir aos cinemas ver um filme falar de política de maneira inteligente e ainda por cima ver o logo da United Artists em toda sua glória. Os anos 70 voltaram, seja na temática ou no espirito : Leões e Cordeiros, American Gangster, Michael Clayton, Charlie Wilson's War, Os Donos da Noite, Onde os Fracos Não Tem Vez, Antes que o Diabo Saiba ..., O Assassinato de Jesse James...
Só falta, para tornar mais completo o quadro, a refilmagem de Death Wish pelo Sly. Yeah!
Esse eu estou pensando em ir ver hoje.
É, eu li no blog que você gostou do filme. E, se quiser, te indico uma bibliografia básica sobre o 11 de Setembro, pois não deve parar de sair filmes sobre o assunto tão cedo.
Enviar um comentário