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segunda-feira, agosto 27, 2007

O Ultimato Bourne

(The Bourne Ultimatum, EUA, 2007)



Jason Bourne ou David Webb ou, melhor ainda, “Gilberto De Piento” (Matt Damon) continua à procura da sua identidade perdida e assim desvendar de vez seu passado apagado a força, mas que aparece em flashes perturbadores, e descobrir o quê e quem o tornou uma máquina de matar das mais eficientes, neste terceiro (e melhor) episódio da cinessérie baseada no livro de Robert Ludlum, que mantém a mesma homogeneidade visual dos anteriores e é dirigido com ainda mais vigor por Paul Greengrass, capaz de imprimir em cada segundo, com a sua tipica câmera trepidante, um nervosismo daqueles, de ação ininterrupta por vários países, de deixar o espectador desorientado, aturdido, ligado a 220V, que é exemplar em ao menos duas seqüências extraordinárias: na estação Waterloo em Londres e na perseguição pelos telhados de Tangier, no Marrocos. Em sua busca, pontuada por socos potentes, Bourne é apenas uma ponta do iceberg. Descobrir a identidade é expor ao público um programa ultra-secreto e ilegal de treinamento de máquinas de matar autônomas da CIA, o que o faz ser perseguido por um dos idealizadores do programa, interpretado por David Strathairn, interessado na sua eliminação, e ser ajudado por Joan Allen, que o rastreava no episódio anterior. Além disso, terá como ajuda extra Julia Stiles, outra agente rival, mas que aqui vira o interesse romântico do protagonista, capaz de pintar e cortar os cabelos em questão de minutos, sem precisar ir ao SoHo Cabelereiros, por incrível que pareça. Até isso a CIA deve ensinar... Bom, divago. No todo, filme eletrizante em suas seqüências de ação puramente físicas e que, no entanto, não teria a mesma força sem o seu elenco de sólidos atores, encabeçado por Matt Damon, que, em sua pouca expressão e aparente neutralidade, lembra os atores modelos de Robert Bresson, uma espécie de Pickpocket das ruas e telhados de Tangier ou Paris: autômato, instintivo e em constante movimento, apesar da angústia de seu passado, além de fornecer ao filme um realismo fora do comum, renovando o gênero.

terça-feira, março 20, 2007

O Bom Pastor

(The Good Shepherd, EUA, 2006)



O nascimento da CIA, o nascimento de um fantasma, na pele de Matt Damon, um de seus principais agentes. Repare como ele envelhece pouco ao longo dos mais de vinte anos de ação transcorrida neste O Bom Pastor, segundo trabalho de Robert De Niro na direção, reunindo um elenco todo estelar e admirável.

Após o casamento com a ricaça Angelina Jolie, Damon, no papel de Edward Wilson, um “americano tranqüilo”, discreto e brilhante, é chamado para ajudar a inteligência britânica durante a Segunda Guerra Mundial. Depois, com a Guerra Fria, é convocado para colaborar na formação daquele que seria o embrião da Central de Inteligência Americana, que recrutava jovens provenientes de boas universidades, especialmente brancos, protestantes e anglo-saxões (“wasps”), para compor seus quadros de americanos "patriotas". Invariavelmente, assuntos íntimos se misturarão a assuntos de Estado, o que não se trata de uma novidade, já que a agência se especializará em invadir e bisbilhotar intimidades alheias de forma a interferir em eventos políticos globais. Os amigos de hoje e até os filhos e familiares se tornarão suspeitos, neste filme contado em flashbacks, com roteiro complexo de Eric Roth, mas não prolixo, que De Niro dosa com necessária lentidão e rigor nos enquadramentos, sem se ater a contextualizações documentais que poderiam travar o andamento da narrativa. Abrindo o filme em 1961, com o fracasso da invasão americana na Baía dos Porcos em Cuba, do plano geral partirá, sobretudo, para o plano mais intimista, para os close-ups dos atores, do angustiado Matt Damon ao ambíguo agente russo que passa a colaborar para os americanos durante a Guerra Fria. Fascinante por destrinchar os bastidores pouco espetaculares da espionagem americana, mas que requer atenção nas suas quase três horas de duração. Nada cansativas, no entanto.