A Última Noite de Altman
Robert Altman nos deixou esta semana, aos 81 anos. Autoral, dono de um estilo todo dele, unindo muita improvisação, ironia a uma dezena de personagens que soltavam a matraca o tempo inteiro, entre outras características, o cineasta de Kansas City soube imprimir sua marca até em produções comerciais como Popeye, fracasso que dirigiu em 80, baseado nos famosos cartoons de E.C. Egar e Max Fleischer. Neste filme, nada mais Altman que o personagem de Brutus, distribuindo socos, murros e patadas do jeito que o próprio diretor faria, com muita mais classe, porém, em filmes como O Jogador, Short Cuts, Gosford Park e no recente A Prairie Home Companion, ou A Última Noite. Este último, como muitos já assinalaram, pode ser considerado seu testamento pela maneira franca com que fala da morte, que passeia entre os inúmeros personagens enquanto o lendário programa de rádio do título original vai chegando ao fim. Pelo menos, a despedida é cheia de humor e ternura. E se uma pessoa é lembrada mais morta que viva, esperemos então que as distribuidoras nacionais honrem a memória do “Velho Homem” e (re)lancem em DVD edições especiais de seus filmes. E com o formato de tela widescreen, por favor. Ele merece.
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