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quinta-feira, novembro 29, 2007

Viagem a Darjeeling

(The Darjeeling Limited, EUA, 2007)



Carregados de pesadíssimas malas e baús, três irmãos que não se viam desde a morte do pai se reúnem para uma viagem de trem pela Índia no expresso do título original, organizada pelo mais velho (Owen Wilson) que, a princípio não revela o verdadeiro propósito da aventura e que se põe no papel de decidir tudo por todos, da comida aos itinerários turísticos. Há muito tempo sem se falarem, cada um enfrenta a sua crise particular. Um (Adrien Brody) está para ser pai. Outro (Jason Schwartzman, sempre descalço), afastou-se da namorada (Natalie Portman), embora mantenha encontros habituais com ela, como mostra o prólogo do filme num quarto de hotel em Paris. E o suposto “líder” da expedição sofrera antes um acidente, o que o deixa cheio de dores e com o rosto inchado e enfaixado, apesar de seu otimismo constante. A viagem é o momento de reencontro, reaproximação dos três, que nunca foram amigos de fato, e, sobretudo, de redenção espiritual que só um lugar caótico e exótico como a Índia poderia proporcionar. Com uma beleza visual fora do comum, adornando cada cenário com um colorido que é particular de seus filmes, vários momentos de ternura, de comédia ou de conflito entre indivíduos que parecem muito bizarros, mas são na verdade profunda e dolorosamente humanos, além da trilha sonora sempre extraordinária, mais uma viagem propositalmente errática de Wes Anderson, difícil de embarcar a princípio em toda a irregularidae do trajeto, mas que têm seus momentos de encanto. Ainda assim, prefiro Rushmore - Três é Demais (1998), seu segundo filme e inigualável obra-prima, porque no colágio particular daquele filme havia um mundo inteiro de possibilidades a ser explorado, e o seu protagonista, Max Fisher (também Jason Schwartzman), transbordava energia e esperança em cada um dos projetos malucos a que se dedicava. Aqui, pelo contrário, nesse trem que percorre o mundo, à deriva, como no barco de A Vida Marinha com Steve Zissou (2004), há apenas desencanto e frustração.

quarta-feira, março 14, 2007

Hollywoodland - Bastidores da Fama

(Hollywoodland, EUA, 2006)



A Los Angeles noir de glamour e pecados confidenciais revisitados. Noir ensolarado, cuja claridade intensa acaba ofuscando a verdade. Anos 50. Hollywood, o star system e a promiscuidade entre astros, chefões de estúdios e as autoridades por trás da morte misteriosa do ator George Reeves (Ben Affleck, muito bem e com cara de super-herói), então conhecido como o Superman do seriado de televisão e que, alcoólatra, gordo e sem conseguir novas oportunidades fora da TV, entrava em decadência. Morte investigada pelo detetive não tão durão vivido por Adrien Brody. Se é um tanto longo, ao final mantém pelo menos a dúvida pairando no ar sobre o que de fato teria acontecido a Reeves naquela noite fatídica, nesta produção detalhista dirigida pelo estreante Allen Coulter, oriundo da TV (A Sete Palmos, Família Soprano, Roma). A boa edição encadeia três versões da história (assassinato, acidente ou suicídio, esta a versão oficial da polícia), mas nenhuma conclusiva, nenhuma definitiva, com a verdade e os fatos escapulindo sempre para além dos indivíduos, vilões ou vítimas.