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sexta-feira, outubro 26, 2007

El Orfanato

(Espanha/México, 2007)



Uma bela surpresa este horror hispânico, longa de estréia do diretor Juan Antonio Bayona, produzido por Guillermo Del Toro (Blade 2, O Labirinto do Fauno) e grande sucesso de bilheteria na Espanha. No decurso de pouco mais de uma hora e meia, uma trama concentrada, envolvente, com ecos de Os Inocentes, A Espinha do Diabo, Os Outros e, sobretudo, Peter Pan, sobre um menino que desaparece misteriosamente numa grande mansão, o então novo e sinistro lar à beira do mar da sua família, durante festinha de aniversário, deixando o pai e, principalmente, a mãe (Belén Rueda, de Mar Adentro) desesperados. O menino era adotado e, HIV positivo, tinha que tomar vários medicamentos para manter a saúde. A casa antes abrigava um orfanato com um passado sombrio. E o menino, solitário na imensidão do lugar, inventava brincadeiras com amigos imaginários que dizia ver, apesar do ceticismo da mãe. Não se revelarão tão imaginários assim, porém. Com o desaparecimento do garoto, ela passa a vivenciar os mesmos fenômenos estranhos e aparições, em momentos genuinamente arrepiantes, que trazem à tona o destino dos órfãos do lugar, ligado também ao reaparecimento na casa de uma antiga funcionária (Montserrat Carulla, assustadora) da instituição.

Bem calibrado nos sustos e com uma participação toda especial de Geraldine Chaplin como uma médium numa seqüência à Poltergeist – O Fenômeno, filme arrebatador em sua ótima atmosfera, fazendo vibrar ameaça em cada ambiente ou sombra projetada, mantendo a tensão do início ao fim, além de permitir momentos tocantes, como no final comovente, reflexo com o desencanto que este mundo dos vivos nos proporciona a cada dia. Atualiza também a mais velha das tradições do Romantismo, segundo a qual as crianças teriam vínculos mais do que especiais com as forças do além. Felizmente, película prometida para ser distribuído em janeiro pela Califórnia Filmes.

quarta-feira, maio 02, 2007

100 Escovadas Antes de Dormir

(Melissa P., Itália/Espanha/EUA, 2005)



Um título nacional masturbatório, com ênfase na repetição, e uma estética lambida para narrar, à maneira de Christiane F., aqui sem as drogas, no entanto, a iniciação sexual da jovem Melissa P. (Maria Valverde), com óbvias metáforas visuais de descida ao inferno. E nenhuma redenção. Como sempre nessas histórias, o começo será traumático. Iniciada por uma paixão do colegial, que se mostrará um sacana, claro, e se aproveitará dela muitas vezes, junto com os seus amigos, igualmente ordinários, se vingará transando com tudo e com todos. Ser escavocada pelos rapazes é o que há nessas paradas, pensa ela. E narrará suas experiências num diário, cuja leitura pontuará a narrativa. De virgenzinha inocente vira uma devassa típica, condenada aos olhos de todos, menos do seu coleguinha, um tipo “sensível”, com vocação artística e tal, o único rapaz que presta na história. Moralista, transformando o sexo em culpa, em remorso, em afetação visual, sem nenhuma inspiração fílmica, com pouca nudez ou ousadia, é, no entanto, valorizado pela presença de Geraldine Chaplin, como a avó de Melissa, sua única confidente. De resto, pueril e maniqueísta, apesar de baseado num livro de sucesso de alta voltagem erótica, gênero eurotrash mediterrâneo em seu aspecto solar à Emanuelle. Se visto ou lido dessa forma, porém, pode até ser divertido.