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segunda-feira, março 05, 2007

Faces

(Faces, EUA, 1968)



O cinema à deriva de John Cassavetes que, aos trancos, em enquadramentos imprecisos, tortos, grudando sempre a câmera no rosto ou nas “faces” dos atores, numa série de close-ups desconfortáveis, acompanha as trajetórias paralelas de um homem, Richard (John Marley), e uma mulher, Maria (Lynn Carlin), rico casal, recém-separado, no entanto, numa longa jornada noite adentro, de jazz, bebedeira, flertes com outros, mas, sobretudo, de vazio e angústia, à maneira de A Noite (1961), de Michelangelo Antonioni, e Noite Vazia (1965), de Walter Hugo Khouri. Em Los Angeles, Richard, com um colega, se junta a Jeannie (Gena Rowlands), uma prostituta, numa farra pontuada por jargões anarquistas, piadas idiotas, nostalgia, danças e bebidas. Enquanto isso, sua mulher, com as amigas, leva para a casa um jovem de Detroit, Chet (Seymour Cassel), que conheceram num clube noturno. Ela terá a sua noite de prazer com ele. Mas finalmente cederá ao desespero, ao confrontar-se com o desmoronamento do casamento, que parece definitivo.

Em cortes bruscos que interligam longas seqüências desconjuntadas, pouco a pouco desmontam-se as certezas e as convicções da classe média alta americana, sempre arrumadinha na aparência, e as hipocrisias e as ilusões do casamento, de qualquer casamento. Em mais de duas horas, o tédio também tomará conta do espectador, neste filme que sedimentou o estilo cinema verité, improvisado, de John Cassavetes, claramente influenciado pela Nouvelle Vague. Tudo muito incômodo, tudo muito verdadeiro.

Mais detalhes, no ótimo texto de Effie Rassos: http://www.sensesofcinema.com/contents/01/16/cassavetes_faces.html

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Uma Mulher sob Influência

(A Woman under the Influence, EUA, 1974)



Retrato de uma dama. De uma dama (Gena Rowlands) de uma família operária ítalo-americana. Ela à beira de um colapso nervoso e as conseqüências entre os parentes e a inabilidade do marido esquentado (Peter Falk) em lidar com a situação e com os três filhos pequenos depois que ela é internada numa instituição psiquiátrica, pela câmera oscilante de John Cassavetes, que balança, treme, sai do foco, em close-ups, zoom-ins e zoom-outs que mostram tudo, mas não revelam nada. Tudo a ponto de explodir, de fugir do controle a qualquer instante, mesmo nos momentos de calmaria, quando, por exemplo, um operário negro canta uma ária de ópera, afinadíssimo, no meio de um almoço improvisado, ou quando marido e mulher, reunidos novamente, põem os filhos para dormir. Direto, devastador, essencialmente longo, fundamental.