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sexta-feira, novembro 16, 2007

Os Donos da Noite

(We Own the Night, EUA, 2007)



Dois irmãos. Um, Joseph (Mark Wahlberg), é um policial honesto, orgulho do pai também policial, o capitão veterano Burt Grusinsky (Robert Duvall). Outro, Bobby (Joaquin Phoenix), a ovelha negra, é gerente de um grande clube noturno no Brooklyn, na verdade, fachada para o tráfico de cocaína e da então nova droga da moda, o “pó de anjo”, e local controlado por mafiosos russos da pesada, que estão para expandir os negócios em direção a Manhattan, no final dos anos 80. Expansão em que Bobby terá um papel de destaque. Mesmo não sendo um criminoso, sabe do tipo de crime(s) associado(s) às pessoas que freqüentam seu estabelecimento. Está mais do que entranhado no submundo, tanto que, para não se complicar com os patrões, Bobby adotou o sobrenome da mãe, Green, evitando qualquer associação com o irmão e, sobretudo, com o pai. E assim distanciou-se da família. Só a sua namorada porto-riquenha (Eva Mendes) sabe do segredo. Até que um perigoso traficante, sobrinho do dono, passa a fazer negócios dentro da boate, batendo de frente com a polícia numa investida surpresa e, sobretudo, com o irmão de Bobby, que agora dirige a divisão de repressão às drogas e que comandou a batida. Em conseqüência disso, Joseph sofre uma represália. Bobby é então obrigado a escolher um lado. Ou ajuda a polícia, e seus parentes, ou envereda de vez para o mundo do crime, o que lhe impõe um dilema, cuja decisão, qualquer que seja, vai mexer inexoravelmente com o destino dos três. Ou, mais importante, trará a possibilidade reaproximá-los.

Com diálogos precisos, ótima ambientação em tons azulados ou acinzentados, nenhuma firula narrativa ou edição de cortes histéricos ou bruscos (até Mark Wahlberg está bem mais controlado do que os tipos mais nervosinhos e estouradões que costuma interpretar), o diretor James Gray, de filmografia esparsa, mas consistente, neste sombrio drama policial, com calma e elegância, consegue impor um clima constante de tensão, que tem como ponto alto uma impressionante perseguição com tiroteio sob a chuva filmada inteiramente do ponto de vista do interior do carro de Bobby, descartando efeitos espetaculares ou mesmo uma trilha sonora convencional, utilizando apenas ruídos ambientes como a chuva torrencial caindo no pára-brisa e o barulho dos limpadores. Nem os tiros são ouvidos. Os atores, todos ótimos, parecem mesmo sussurrar, mesmo nos momentos mais intensos. Enfim, outro filmaço de Gray, que repete a mesma parceria com Phoenix e Wahlberg do anterior Caminho Sem Volta (2001), também retornando, sem nunca soar repetitivo, ao universo claustrofóbico das pequenas e fechadas comunidades mafiosas nova-iorquinas (e seus tentáculos e conseqüências na família) que tão bem retratou em Caminho e no excepcional Fuga para Odessa (1994).

sexta-feira, março 09, 2007

Motoqueiro Fantasma

(Ghost Rider, EUA, 2007)



Um Fausto moderno, com ambientação que retoma muito das paisagens desérticas dos westerns, aqui trocando o cavalo pela motocicleta envenenada do jovem motoqueiro Johnny Blaze, que faz um pacto com Lúcifer (Peter Fonda) para salvar o pai, com câncer terminal. O pai, no entanto, morre. E Johnny, cheio de culpa, errará pelo mundo, ou melhor, pelo sul dos EUA, se apresentando em shows de saltos de motocicletas, como um Evel Knievel imortal, em números cada vez mais perigosos e arrojados, até o dia em que Satã pessoalmente aparece para cobrar dele uma dívida antiga. À noite, Blaze (Nicolas Cage) então se transformará no mensageiro do diabo, o personagem-título, uma caveira em chamas, que é um autêntico Hell’s Angel, capaz de transitar entre o mundo dos mortos e dos vivos. Além disso, terá que enfrentar como oponentes uma gangue de anjos do mal, liderados por Coração Negro (Wes Bentley), filho de Satanás, pronto a desafiar Deus e o Diabo e tornar o mundo dos homens em um autêntico inferno (como se já não fosse assim!). Vai enfrentá-los no duelo final numa cidade fantasma que era uma espécie de Sodoma do Velho Oeste. Também reencontrará uma antiga paixão (Eva Mendes), a praga de quase todo herói (ou anti-herói, no caso) dos quadrinhos.

Ótimo personagem, um cavaleiro moderno repleto de preocupações metafísicas ao mesmo tempo em que é fascinado por máquinas, jujubas e The Carpenters. Filme, nem tanto. Sem estilo, demora a pegar fogo, literalmente, como prometia o já fraco trailer. Esquecível, apesar das curvas de Eva Mendes, dos efeitos especiais eficazes e da atuação até que cool de Cage, ele mesmo antigo fã de quadrinhos.